Pastor deve ou não
receber salário?
O pastor passa a vida
eclesiástica inteira pregando que a base da fé de um cristão é a bíblia, então
vamos à ela.
Na bíblia podemos ver
algumas passagens onde o assunto é tratado. Algumas são distorcidas pelos
líderes segundo o interesse de cada um.
No evangelho, segundo
escreveu São Lucas, no capítulo 10, versículos 3-8 lemos:
"Vão! Eu os estou enviando como cordeiros entre lobos. Não levem bolsa nem saco de viagem nem sandálias; e não saúdem ninguém pelo caminho. Quando entrarem numa casa, digam primeiro: ‘paz a esta casa’. Se houver ali um homem de paz, a paz de vocês repousará sobre ele; se não, ela voltará para vocês. Fiquem naquela casa, e comam e bebam o que lhes derem, pois o trabalhador merece o seu salário. Não fiquem mudando de casa em casa. Quando entrarem numa cidade e forem bem recebidos, comam o que for posto diante de vocês".
Ou seja, Cristo ordenou que os seus discípulos comessem e bebessem o que as pessoas dessem, isto seria o sustento deles. Eles não estavam pastoreando uma igreja. Estavam em missão.
O
próprio Cristo era sustentado pelos bens de mulheres que foram agraciadas por Ele,
mas Ele também não pastoreava igrejas e sim anunciava o Evangelho às multidões.
Lemos isso no Evangelho, segundo escreveu São Lucas, capítulo 08, versículos
1-3:
"Depois disso Jesus ia passando pelas cidades e povoados proclamando as boas novas do reino de Deus. Os doze estavam com Ele, e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e doenças: Maria, chamada Madalena, de quem haviam saído sete demônios; Joana, mulher de Cuza, administrador da casa de Herodes; Susana e muitas outras. Essas mulheres ajudavam a sustentá-los com os seus bens”.
"Depois disso Jesus ia passando pelas cidades e povoados proclamando as boas novas do reino de Deus. Os doze estavam com Ele, e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e doenças: Maria, chamada Madalena, de quem haviam saído sete demônios; Joana, mulher de Cuza, administrador da casa de Herodes; Susana e muitas outras. Essas mulheres ajudavam a sustentá-los com os seus bens”.
O
apóstolo Paulo, que abriu mão do seu direito de ser sustentado pela igreja de
corinto, mas não obrigou os outros a fazerem o mesmo, pelo contrário, ele
ensinou que salário é direito de todo trabalhador, inclusive do pregador,
escreveu em 1 Coríntios, capítulo 09, versículos 4-15:
“Não temos nós o direito de comer e beber? Não temos nós
o direito de levar conosco uma esposa crente como fazem os outros apóstolos, os
irmãos do Senhor e Pedro? Ou será que apenas eu e Barnabé não temos o direito
de deixar de trabalhar para termos sustento? Quem serve como soldado às suas
próprias custas? Quem planta uma vinha e não come do seu fruto? Quem apascenta
um rebanho e não bebe do seu leite? Não digo isso do ponto de vista meramente
humano; a lei não diz a mesma coisa? Pois está escrito na lei de Moisés:
"não amordace o boi enquanto ele estiver debulhando o cereal". Por
acaso é com bois que Deus está preocupado? Não é certamente por nossa causa que
Ele o diz? Sim, isso foi escrito em nosso favor. Porque "o lavrador quando
ara e o debulhador quando debulha, devem fazê-lo na esperança de participar da
colheita". Se entre vocês semeamos
coisas espirituais, seria demais colhermos de vocês coisas materiais? Se outros
têm direito de ser sustentados por vocês, não o temos nós ainda mais? Mas nós
nunca usamos desse direito. Pelo contrário, suportamos tudo para não colocar
obstáculo algum ao evangelho de Cristo. Vocês não sabem que aqueles que
trabalham no templo alimentam-se das coisas do templo, e que os que servem diante
do altar participam do que é oferecido no altar? Da mesma forma o Senhor
ordenou àqueles que pregam o evangelho, que vivam do evangelho. Mas eu não
tenho usado de nenhum desses direitos. Não estou escrevendo na esperança de que
vocês façam isso por mim. Prefiro morrer a permitir que alguém me prive deste
meu orgulho”.
Em outra passagem
bíblica, o apóstolo Paulo diz, em Gálatas, capítulo 06, versículo 06:
"O que está sendo instruído na palavra partilhe todas as coisas boas com quem o instrui".
O apóstolo Paulo abriu mão de ser sustentado pela igreja de corinto, mas quando ele precisou ser sustentado pela igreja aceitou, como podemos ler em Filipenses, capítulo 04, versículos 14-19:
"Apesar
disso, vocês fizeram bem em participar de minhas tribulações. Como vocês sabem,
filipenses, nos seus primeiros dias no evangelho, quando parti da Macedônia,
nenhuma igreja partilhou comigo no que se refere a dar e receber, exceto vocês;
pois, estando eu em Tessalônica, vocês me mandaram ajuda, não apenas uma vez,
mas duas, quando tive necessidade. Não que eu esteja procurando ofertas, mas o
que pode ser creditado na conta de vocês. Recebi tudo, e o que tenho é mais que
suficiente. Estou amplamente suprido, agora que recebi de Epafrodito os
donativos que vocês enviaram. Elas são uma oferta de aroma suave, um sacrifício
aceitável e agradável a Deus. O meu Deus suprirá todas as necessidades de
vocês, de acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus”.
Há
uma passagem bíblica que dá o que falar. O apóstolo Paulo diz em 1 Timóteo,
capítulo 05, versículos 17,18:
"Os presbíteros que lideram bem a igreja são dignos de dupla honra, especialmente aqueles cujo trabalho é a pregação e o ensino, pois a escritura diz: 'não amordace o boi enquanto está debulhando o cereal', e 'o trabalhador merece o seu salário' ".
Algumas traduções trazem "dupla honra" ou "duplicada honra", não "dobrados honorários" ou "salário dobrado" como outras colocam no versículo 17. O sentido aí é tanto de serem duplamente honrados como duplamente recompensados, em especial os que trabalham na obra do Senhor, pois a continuação fala de sustento material. Mas não tem nada a ver com salário de pastor como vemos nas denominações. Nas coisas de Deus não há "empregados", mas pessoas que servem a Deus e que dependem de Deus.
"Os presbíteros que lideram bem a igreja são dignos de dupla honra, especialmente aqueles cujo trabalho é a pregação e o ensino, pois a escritura diz: 'não amordace o boi enquanto está debulhando o cereal', e 'o trabalhador merece o seu salário' ".
Algumas traduções trazem "dupla honra" ou "duplicada honra", não "dobrados honorários" ou "salário dobrado" como outras colocam no versículo 17. O sentido aí é tanto de serem duplamente honrados como duplamente recompensados, em especial os que trabalham na obra do Senhor, pois a continuação fala de sustento material. Mas não tem nada a ver com salário de pastor como vemos nas denominações. Nas coisas de Deus não há "empregados", mas pessoas que servem a Deus e que dependem de Deus.
Resumindo, uma igreja deve reconhecer aqueles que foram chamados para a
obra do Senhor e que deixaram oportunidades de ganho para se dedicarem a isso. Mas
veja que não é um emprego, mas um reconhecimento. Uma pessoa que se diga na
obra do evangelho pode nem mesmo ser reconhecida por uma igreja, e a pessoa não
poderá cobrar esse reconhecimento.
Agora
eu pergunto: Alguém trabalha de graça? Claro que não. Então por que só o pastor
tem que trabalhar de graça?
Qual deve ser o salário de um homem que deixa o seu trabalho para ser pastor integralmente na igreja e tem uma esposa para cuidar e filhos para sustentar? Quanto deve ser o salário de um pastor que dedica mais o seu tempo com a igreja do que com a sua família, que aconselha, prega, ensina, batiza, faz casamento e velório, reconcilia casais, que é traído, caluniado, criticado, perseguido, injustiçado, humilhado, ofendido, rejeitado e desprezado por pessoas de dentro e fora da igreja, que zela pela sua reputação, seu caráter e seu nome?
Pois bem, é essa a base bíblica para salário de pastor ou cargo que o valha.
Qual deve ser o salário de um homem que deixa o seu trabalho para ser pastor integralmente na igreja e tem uma esposa para cuidar e filhos para sustentar? Quanto deve ser o salário de um pastor que dedica mais o seu tempo com a igreja do que com a sua família, que aconselha, prega, ensina, batiza, faz casamento e velório, reconcilia casais, que é traído, caluniado, criticado, perseguido, injustiçado, humilhado, ofendido, rejeitado e desprezado por pessoas de dentro e fora da igreja, que zela pela sua reputação, seu caráter e seu nome?
Pois bem, é essa a base bíblica para salário de pastor ou cargo que o valha.
O problema é que muitos líderes fizeram de suas vidas, espetáculos
midiáticos. Alguns fizeram do chamado uma profissão bem rentável, deixando de
ser apenas pastores para serem administradores de empresa(igreja), isso quando
não saem das denominações que pertenciam para fundar sua própria
empresa(igreja). Aí, além de pastor, vira empresário, administrador e dono de
igreja, geralmente implantando dinastias descabidas onde ser pastor, pastora e
afins, virou coisa hereditária, sem o menor cuidado.
Tudo ao mesmo tempo agora.
Uma prática comum, por exemplo, é, sabendo que igreja declara imposto
mas não recolhe, o pastor adquire inúmeros bens(carro, moto, casa, mansões,
iate, helicóptero, jatinho, blindagem de automóveis, fazendas, etc, etc,
etc...), tudo em nome da igreja. Usando a desculpa, inclusive, de que pastor
não é profissão e por isso adquirem tudo em nome da igreja. Ou seja, tem na declaração
da igreja e não na declaração do pastor como pessoa física. Só que a
insatisfação de alguns muitos por aí levou esses mesmos ao descontrole do ego,
ganância, usura e coisas que o valham. Usando das piores desculpas possíveis sob
a égide da lei, o que é pior. Mesmo sendo legal é imoral.
Eu entendo que o pastor, que é pastor meeeeesmo, na prática, de maneira séria, sem apegos
materiais e em tempo integral, precisa de uma forma de sustento e que isso
venha de quem ele pastoreia, sem abusos e rendimentos imorais.
Entendo que, se a pessoa não quer e/ou não concorda com o sustento do
mesmo, deve não contribuir, já que não é de coração e entendimento. Simples assim!!!
Infelizmente o que vemos por aí é uma absurda distorção daquilo que a
bíblia ensina. Hoje a sinagoga se permite ser corrompida pelo sinédrio. Vemos
líderes praticando conchavos políticos, usando a lei para, legalmente, praticar
imoralidades e afins.
Aí, entre um pastor sério e um desses comuns, existe um enorme abismo.
Por isso, somos “obrigados” a conviver com a generalização de que todo
pastor é ladrão, imoral, sem vergonha, politiqueiro, charlatão...
Essa pancada na moleira, dada pelo “jabuti” que diminui a contribuição das igrejas para o INSS(Pela
proposta, as igrejas poderiam abater da base de cálculo da contribuição
previdenciária os gastos com auxílio-alimentação, vale-transporte e outros
benefícios pagos aos seus funcionários. Hoje, estabelecimentos religiosos já
estão livres de tributos, como IPTU) ainda está doendo e difícil de digerir.
Segundo
o que a Folha de São Paulo apurou, Cunha introduziu o “jabuti” na Medida
Provisória 668, na calada da noite.
Aí, pastores, que recorrem com frequência às redes sociais para defender seus pseudo-ideais, não agem com o mesmo ímpeto quando se trata de um assunto polêmico que beneficia evangélicos à custa de todos os brasileiros. Ficam na moita.
De imediato, a decisão beneficia igrejas que foram autuadas por pagarem as comissões como se fossem ajuda de custo (como transporte e moradia), livrando assim os pastores do desembolso do dinheiro do imposto.
As igrejas desfrutam de imunidade tributária, mas a Constituição não concede o mesmo direito aos pastores.
Estima-se, segundo o jornal, que o total das autuações pela ilegalidade seja de R$ 300 milhões. (Leia mais em http://www.paulopes.com.br/2015/06/cunha-e-malafaia-parem-jabuti-que-livra-pastores-de-imposto.html#ixzz3e1mKc5N5. Paulopes informa que reprodução deste texto só poderá ser feita com o CRÉDITO e LINK da origem.)
Aí, pastores, que recorrem com frequência às redes sociais para defender seus pseudo-ideais, não agem com o mesmo ímpeto quando se trata de um assunto polêmico que beneficia evangélicos à custa de todos os brasileiros. Ficam na moita.
De imediato, a decisão beneficia igrejas que foram autuadas por pagarem as comissões como se fossem ajuda de custo (como transporte e moradia), livrando assim os pastores do desembolso do dinheiro do imposto.
As igrejas desfrutam de imunidade tributária, mas a Constituição não concede o mesmo direito aos pastores.
Estima-se, segundo o jornal, que o total das autuações pela ilegalidade seja de R$ 300 milhões. (Leia mais em http://www.paulopes.com.br/2015/06/cunha-e-malafaia-parem-jabuti-que-livra-pastores-de-imposto.html#ixzz3e1mKc5N5. Paulopes informa que reprodução deste texto só poderá ser feita com o CRÉDITO e LINK da origem.)
É legal? Uma vez que foi aprovado sim. Mas é moral?
Na minha opinião,
não.
O assunto é bastante
complexo e vasto. Não se esgota aqui, mas... é a minha opinião.